Esta tese é uma abordagem pessoal do mapeamento da transformação do corpo ao longo da História da Dança. Seu primeiro momento é centrado no desenvolvimento do Ballet, a primeira forma codificada de dança ocidental (iniciada nas cortes Francesa e Italiana no século XV), indo até os revolucionários Ballets Russes dos séculos XIX e XX. Neste período, o corpo (do Rei), um modelo de comportamento e etiqueta social, progrediu para se tornar o veículo da expressão de gênero e de identidade sexual, enquanto se abria o terreno para a afirmação do dançarino como artista e não apenas profissional de entretenimento. A segunda parte desta tese foca o desenvolvimento do artista singular, dentro das duas primeiras gerações da Dança Moderna (1890-1930). Neste período reafirma-se o papel das mulheres na Dança, especificamente como artistas e educadoras independentes, o corpo tornando-se um instrumento de invenção e intenção psicológica, espiritual e filosófica. Seguindo essa parte, temos uma seção de "Transição", em que é discutido o rompimento com a dança de autoexpressão e o movimento em direção ao esteticismo objetivo. O corpo, influenciado por um clima político conservador, era parte de uma concepção de tempo e espaço mais imparcialmente democrática, igualmente ocupando (ou coexistindo) no palco com outros elementos cênicos. No terceiro momento, a autora se insere no texto, estratégia metodológica através da qual seu corpo se sujeita à mesma análise textual e comparativa dos capítulos anteriores, revelando uma possível gênese de um olhar clínico no tratamento de transformações deste próprio corpo no campo da Dança
Citação
| CAVRELL, Holly Elizabeth. Dando corpo à história. 2012. 278 p. Tese (doutorado) -
Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível
em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617776.